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A Batalha Legal Contra a Clonagem de Vozes por Inteligência Artificial

Tecnologia

A Batalha Legal Contra a Clonagem de Vozes por Inteligência Artificial

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Paul Skye Lehrman e Linnea Sage, profissionais de dublagem, enfrentam um dilema inesperado: suas vozes foram clonadas e vendidas por uma empresa de tecnologia sem autorização. O casal, que trabalha na indústria de entretenimento, descobriu a situação ao ouvir um podcast onde a voz de Lehrman era usada por um chatbot de inteligência artificial. A experiência foi assustadora, pois a IA discutia a ameaça que representa para empregos no setor.

Após a descoberta, Lehrman e Sage investigaram e encontraram suas vozes clonadas no site da Lovo, uma plataforma que transforma texto em fala. A empresa, segundo eles, teria obtido suas vozes através de gravações feitas para um usuário anônimo no Fiverr, um site de freelancers. O casal alega que foi enganado, pois acreditavam que as gravações seriam usadas apenas para pesquisa.

A Lovo, que ainda não respondeu ao processo judicial, teria utilizado as gravações para criar clones de voz sem permissão. Lehrman e Sage afirmam que a empresa agiu de má-fé, usando suas vozes para fins comerciais sem compensação adequada. Eles entraram com uma ação coletiva, esperando que outros profissionais afetados se juntem a eles.

A professora Kristelia Garcia, especialista em direito de propriedade intelectual, explica que o caso pode se enquadrar em violações de direitos de publicidade, que protegem a personalidade de indivíduos contra uso indevido de suas vozes ou imagens. Além disso, pode haver quebra de contrato, já que as licenças para uso das gravações eram restritas.

Este caso é mais um exemplo de como a inteligência artificial está desafiando os direitos de criadores em diversas indústrias. Com a crescente automação, muitos artistas temem perder o controle sobre suas criações e, consequentemente, seu sustento. A situação de Lehrman e Sage destaca a necessidade de regulamentações mais claras sobre o uso de IA.

Enquanto o processo judicial segue, a questão levanta preocupações sobre o futuro do trabalho criativo em um mundo cada vez mais dominado pela tecnologia. Para Sage, a experiência foi surreal, pois a IA, que deveria facilitar tarefas cotidianas, acabou explorando seu trabalho criativo.

O caso de Lehrman e Sage é um alerta para outros profissionais criativos sobre os riscos associados à tecnologia de clonagem de voz. A batalha legal pode estabelecer precedentes importantes para proteger os direitos de artistas e garantir que suas vozes não sejam usadas sem consentimento.

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