O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), expressou indignação ao ser indiciado pela Polícia Federal (PF) por suspeita de corrupção passiva e peculato. O relatório da PF, divulgado nesta terça-feira (30/7), conclui uma investigação sobre desvios de recursos de programas estaduais entre 2017 e 2020, período em que Castro era vereador e vice-governador.

Castro, que é do mesmo partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, acredita que o indiciamento é resultado de perseguição política. Ele derrotou Marcelo Freixo (PT-RJ) nas eleições de 2022, e seus aliados veem o indiciamento como uma tentativa de desestabilizar seu governo.

Nos bastidores, o governador reclamou de ser indiciado por crimes supostamente cometidos antes de assumir o Palácio Guanabara. Ele também criticou a PF por não tê-lo ouvido antes de concluir o relatório, o que, segundo ele, configura cerceamento de defesa.

A defesa de Castro planeja pedir a anulação do relatório da PF, argumentando que o governador não teve a oportunidade de se defender adequadamente. O inquérito foi encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que decidirá se a Procuradoria-Geral da República (PGR) deve apresentar denúncia contra Castro.

O governador também destacou que a investigação se refere a um período em que ele não tinha controle direto sobre os programas estaduais mencionados. Ele considera a ação da PF como uma tentativa de manchar sua imagem pública e prejudicar sua administração.

A PF, por sua vez, sustenta que as evidências coletadas são suficientes para justificar o indiciamento. A investigação aponta para desvios significativos de recursos públicos, que teriam sido utilizados para fins pessoais e políticos.

A situação gerou um clima de tensão política no estado, com apoiadores de Castro defendendo sua inocência e acusando a PF de agir com motivações políticas. O caso continua a ser um ponto de controvérsia e debate público.

Agora, cabe ao STJ e à PGR decidir os próximos passos do processo. Se a denúncia for aceita, Cláudio Castro poderá enfrentar um julgamento que pode impactar significativamente sua carreira política e a administração do estado do Rio de Janeiro.