Tragédia Familiar em Torres: O Caso do Bolo Envenenado
Em um caso chocante que abalou a cidade de Torres, no Rio Grande do Sul, a acusada Deise dos Anjos é investigada por envenenar um bolo de reis que resultou na morte de três pessoas. Em depoimento à Polícia Civil, Diego dos Anjos, marido de Deise, revelou que seu relacionamento com a esposa se deteriorou após a morte de seu pai, Paulo Luiz dos Anjos. Diego mencionou que, embora tenha considerado a separação, a presença do filho foi um fator que o impediu de tomar essa decisão drástica.
Diego relatou que a relação com Deise se tornou tensa após a morte do sogro, que ocorreu três meses antes do incidente do bolo. Ele acreditava que a morte de Paulo foi causada por um envenenamento, o que aumentou a pressão sobre o casal. O depoimento de Diego destaca que, apesar de nunca ter expressado claramente seu desejo de se separar, ele frequentemente refletia sobre como seria a dinâmica familiar caso isso acontecesse. Essa situação complexa revela as tensões que permeavam a família antes da tragédia.
A investigação aponta que Deise pode ter sido responsável pela morte de seu sogro ao envenenar o leite em pó que ele consumiu durante o café da manhã. A polícia acredita que o envenenamento do bolo tinha como alvo principal a sogra de Deise, Zeli dos Anjos. Deise preparou o bolo de reis no dia 23 de dezembro e, em seu depoimento, mencionou que achou a farinha estranha, levantando suspeitas sobre suas intenções. A inclusão de arsênio na receita do bolo é um detalhe alarmante que a polícia está investigando.
O depoimento de Diego também revelou um desentendimento entre Deise e sua sogra, que ocorreu em novembro de 2024. Deise queria que Zeli passasse o Natal com sua família, enquanto a sogra preferia estar com suas irmãs. Esse conflito familiar pode ter contribuído para a crescente animosidade entre as duas, culminando na tragédia do bolo envenenado. A tensão entre as gerações é um tema recorrente em muitos lares, mas neste caso, resultou em consequências devastadoras.
Além das desavenças familiares, a sogra de Deise, Zeli, revelou que descobriu que era chamada de “Naja” pela nora. Essa informação foi trazida à tona por uma cunhada, o que indica um histórico de desentendimentos e rivalidades. Zeli afirmou que Deise nunca a chamou de “Naja” pessoalmente, mas a acusada demonstrava ciúmes e tentava imitar seu estilo. Essas dinâmicas familiares complicadas podem ter alimentado a hostilidade que levou a ações tão extremas.
A tragédia não se limitou apenas à morte de Paulo e Zeli, mas também resultou na morte de duas irmãs de Zeli, Maida e Neuza, que consumiram o bolo envenenado. Neuza faleceu na madrugada de 24 de dezembro, enquanto Tatiana, sobrinha de Deise, morreu após ser hospitalizada. O impacto da tragédia se estendeu a toda a família, deixando um rastro de dor e perda. A sobrevivência de Matheus, filho de uma das vítimas, trouxe um alívio em meio ao luto, mas a dor da perda ainda é palpável.
Deise dos Anjos foi presa em 5 de janeiro de 2025, e a investigação continua em andamento. A polícia exumou o corpo de Paulo Luiz dos Anjos e confirmou que ele também foi envenenado com arsênio. A acusada permanece sob custódia, e sua defesa informou que a investigação ainda está em andamento, com diligências a serem realizadas para esclarecer todos os fatos. A complexidade do caso e as relações familiares envolvidas tornam essa tragédia ainda mais impactante.
O caso do bolo envenenado em Torres é um lembrete sombrio das consequências que intrigas familiares podem ter. A combinação de ciúmes, desentendimentos e rivalidades pode levar a ações extremas, resultando em tragédias irreparáveis. À medida que a investigação avança, a sociedade aguarda respostas sobre os motivos que levaram Deise a cometer tais atos. A dor e a perda sentidas pela família são um testemunho do impacto devastador que esses eventos podem causar.